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Nada é para sempre!

"Nada é para sempre". Frase mais que conhecida que está presente em músicas, poemas, livros. Escrita nas paredes ao redor do mundo. Partilhada entre amigos e casais. Facto que custa a aceitar por todos nós. Porque por vezes queremos que seja para sempre. Seja uma amizade, uma relação, um momento, uma pessoa. O fim assusta a maioria de nós. Como uma palavra com tão poucas letras assusta tanto? Neste momento, o fim que me assusta a mim é o fim do meu conforto. Eu sei que as pessoas não ficam para sempre na minha vida. Não sei se o problema é meu ou é mesmo assim mas isso assusta-me. Já tive quem ficasse meses, anos. Mas acabam sempre por ir. Uns desistem a meio, outros nem tentam entrar na minha confusão. Já é hábito para mim estar sozinha e sou boa a estar sozinha. Até que apareceu alguém para substituiu a minha companheira solidão. Deveria ser bom não é? E é, é ótimo! E depois? E se acaba? Onde fico eu? Sozinha outra vez. Adoro que exista quem me tire o tapete debaixo dos p

Agora sei que mereço

Já passou mais de um ano. Tanto mudou. Principalmente eu. Para melhor. Estou numa fase da minha vida em que finalmente me sinto eu própria. Estou bem. Estou ótima. Foi preciso lançar-me para o desconhecido para me conseguir encontrar. Dentro. Onde sempre estive. Não consigo expressar o que vai aqui dentro. Sentido de liberdade, de independência. Sem medo de arriscar, de ir à procura do desconhecido. Com força de vontade e um sorriso na cara. Com vontade de ver o dia nascer e também de ver o sol a esconder-se ao fim do dia. Com iniciativa própria e ideias absurdas. Vontade de explorar e de concretizar. Ir em busca de uma aventura e acabar do outro lado do mundo. Quero muito e cada vez mais. Agora sei que mereço. Estou bem comigo própria.
Gostava de explicar o que sinto mas na realidade não sinto nada. Aquele aperto no coração e o sorriso parvo sempre que ouvia o nome dele. A satisfação de chegar a sexta-feira e ter o fim de semana só para mim. A calma que alcançava com o silêncio. O gozo de me infiltrar na multidão e ser uma estranha. A animação quando fazia algo que gosto. O bom humor matinal. Até a irritação quando a minha irmã me roubava o comando da televisão. Tudo isso desapareceu. Agora quando a minha irmã chega eu vou para o meu quarto para não ter discutir. Acordo mal disposta todos os dias. Saiu para tirar umas fotografias e nem isso me anima. O barulho da multidão incomoda-me mais do que o normal. O silêncio não me deixa pensar. O fim de semana é só mais uns dias da semana. O amor por ele parece que desapareceu. Não sinto mais nada. São dias tristes. Sem vontade para nada. Só dormir. Dormir para que ninguém me incomode, dormir para sonhar, dormir para me manter acordada. Não sei se isso faz sentido. Não me si
Encontrei a saudade hoje e ela perguntou por ti. Perguntou pela nossa história, pelo amor. Senti-me vazia, sem luz. Vendo bem, isto ficou um tédio sem ti.  Disse-lhe que não sabia de nada mas acabei relembrando momentos. Momentos teus, momentos nossos. Quando entravas em alguma divisão, parecia que trazias um amigo contigo, o sol. Todo o local se iluminava como o nascer do dia. Bastava um sorriso e tudo se concentrava em ti e tu sabias disso. Odiava quando estava no café com as minhas amigas, tu chegavas e elas deixavam de prestar atenção à nossa conversa. Tu sabias e mesmo assim continuavas a aparecer de surpresa só para me irritar. O riso campeão. Como eu passei a chamar. Aquela gargalhada que davas quando sabias que me estavas a tirar do sério. O riso que te passou a proteger. O riso que me ajudou a conhecer o teu sentido de humor. O riso que me desarmou muitas e muitas vezes. Aquele riso. O teu. Quando passeávamos pela cidade e tu tentavas dar-me a mão sabendo bem que eu odiava. A
Caramba , a desvantagem era enorme mas mesmo assim acreditei. Pertencia mais a ele do que a mim mesma, se é que isso é possível. Deixei-me levar pelo sorriso, pelo cabelo desalinhado, por aquele cheiro tão próprio. A esperança aumentava a cada abraço, mimo. Claro que tudo isso acabou, a esperança virou certeza. Os joelhos já estão tão esfolados que não sei como os recuperar. Andava ali no meio termo,um termo muito cansativo. Por mais abertos que eu tivesse os olhos, não conseguia ver. Foi preciso um empurrão, um olhar para baixo no cimo de um prédio. E o que dói mais é quando percebes que te andaste a enganar a ti própria, porque podia ter sido tudo evitado. Acho que há pessoas que nasceram para serem sós a vida toda, eu por exemplo.
Em pleno verão, em plena praia, eu percebi que ali cabia um mundo. O céu é azul. O mar é azul. O sol brilha e faz a areia queimar os pés. As ondas vão e acabam por voltar. Enrolam na areia e ganham força para derrubar qualquer objeto. Pessoa. As rochas enormes colocadas ao lado do paredão travam essa força. Os barcos que ficam em alto mar durante meses ou mesmo aqueles que só ficam algumas horas carregam a saudade de casa e o medo de uma mudança drástica do tempo. Os mais pequenos, à vela, que passeiam perto da costa carregam sorrisos.  Sentei-me na areia e fixei aquele azul infindável. O mar transmite-me paz e senti-me calma. Por momentos não passa nada pela minha cabeça, fico apenas a observar aquele imenso azul. Fiz essa pausa algumas vezes só para observar o que se passava à minha volta e conheci um mundo.  Na praia juntam-se culturas, línguas, crianças, adultos, idosos, cachorros, e alegria. Ouvi o português, o inglês, o espanhol e um pouco de italiano. Ouvi os risos das crianç

lua cheia

Há uns dias atrás, na noite de lua cheia, num dos passeios noturnos com a minha mãe e as amigas dela, ouvi uma coisa que me ficou na memória. A lua emanava uma luz imensa, brilhante e forte. A cada passo do percurso, naqueles sítios onde as árvores não escondiam essa beleza única, eu olhava para cima. Não sei porquê mas ela consegue cativar a minha atenção. Pode ser a forma, a cor, o tamanho mas acho que é mais o seu lado mítico. Uma das pessoas que vinha connosco disse que conseguia ver os olhos e a boca quando olhava para aquele corpo celeste cheio de luz e por mais que me esforçasse não consegui perceber onde. Ao que uma senhora respondeu que o que ela via, olhando para a lua naquele momento, era um coelhinho com as orelhas para trás e eu simplesmente ri. Até que ela disse "cada um vê uma coisa diferente porque nós não vemos o mundo todos da mesma maneira". E agora que penso nisso, ela tem toda a razão. Nós vemos o que queremos ver e por vezes custa-nos aceitar que estam